Na segunda reportagem da série Itajaí Bairro a Bairro, o Sol Diário mostra o local que, marcado pela abundância de serviços e por um crescente desenvolvimento, já viu nascerem até tendências separatistas. Hoje, mesmo independente do resto da cidade, o São Vicente mantém-se peixeiro, no jeito de ser e na relação íntima que mantém com os rios.
– Desde que cheguei aqui, em 1990, já era um bairro promissor. Hoje, não mudaria minha casa nem meus negócios para outro lugar – diz Alfonso Debatin, comerciante e convidado do Sol Diário para mostrar o bairro através de seu ponto de vista.
Debatin é presidente do núcleo comercial da Rua Estefano José Vanolli, principal via do São Vicente e um dos mais movimentados pontos comerciais de Itajaí. Grandes redes de móveis e eletrodomésticos dividem espaço com lojas de roupas e conveniências, numa variedade digna do Centro – mas com horário estendido, já que o bairro tem lojas que abrem até aos domingos.
Não à toa, é ao redor da Estefano que as construções têm crescido no São Vicente. A verticalização tem, aos poucos, mudado a cara de algumas das principais ruas do bairro. Mas ainda não foi suficiente para deixar passarem despercebidas as fileiras de casas que se estendem por ali.
– O bairro cresceu, veio muita gente de fora, mas ainda existe aquela cultura de as pessoas se conhecerem. Embora saibamos que é algo que, com o desenvolvimento, vai aos poucos se exaurindo – comenta Debatin.
Debatin, que viu sua loja tomada por meio metro de água cinco anos atrás, brinca dizendo que o bairro é quase uma ilha, banhado pelo Rio Itajaí-Mirim de um lado, e pela Retificação do Itajaí-Mirim de outro.
– É preciso dragar o Itajaí-Mirim e manter o canal do Itajaí-Açu dragado, para que a água escoe com mais facilidade – diz o comerciante.
Ele cita ainda, entre as melhorias necessárias ao São Vicente, a extensão da rede de esgoto, ampliação no número de creches, e mais segurança. Entre os comércios vizinhos ao dele, a maioria já foi vítima de assaltos – o que o levou a recolher assinaturas pedindo mais policiamento.
– O bairro tem suas deficiências, mas é um local muito bom para se morar – garante.