Considerado um dos circuitos de artes cênicas mais importantes do Brasil, o Palco Giratório é também um dos únicos festivais de teatro remanescentes em Florianópolis em 2017 — que pelo segundo ano consecutivo não terá o Festival Isnard Azevedo. A abertura, hoje, será com Os Mequetrefe, do grupo Parlapatões (SP), no Teatro Ademir Rosa (CIC). Até o dia 31, serão apresentados 27 espetáculos de teatro adulto e infantil, teatro de rua, dança, circo, performances e intervenções urbanas de grupos prestigiados em todo o país. A programação é toda gratuita e ocorre em diferentes palcos — inclusive a rua — da cidade.
A arte do circo e as performances e intervenções urbanas são os destaques desta edição do circuito, que completa 20 anos de existência no Brasil e 14 anos em Florianópolis.
— A importância das performances e intervenções é algo que os curadores do festival vêm discutindo. Fomos buscar mais sobre isso e conseguimos trazer mais opções para serem avaliadas — diz a gerente da Cultura do Sesc em Santa Catarina, Maria Teresa Piccoli.
Uma das intervenções é Dilúvio MA, do grupo ECOPOÉTICA (RS). Os performers estarão dentro de uma rede cheia de lixo, balançando durante algumas horas sobre espaços da cidade carentes de cuidado e atenção.

Outro espetáculo em destaque é a dança-instalação DNA de DAN, de Maikon K (PR) — a dança, aliás, vem ganhando cada vez mais espaço no Palco Giratório. O espetáculo com nu artístico é o mesmo que culminou na prisão do artista pela Polícia Militar em Brasília no mês passado. A repercussão negativa do episódio fez o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, pedir desculpas públicas. Na montagem, o artista aplica substância seca sobre o corpo, dentro de uma bolha inflável, onde o público pode entrar e permanecer. Como uma cobra, faz um rito de passagem por várias formas do corpo. A apresentação será no dia 8, no Centro de Artes da Udesc. A escolha do local foi feita antes do episódio na Capital Federal e aprovada pelo artista. O Sesc esclarece que não tem a ver com uma necessidade de velar o espetáculo.

— Este ano, a curadoria do festival conseguiu um diálogo direto com nosso momento. Tem histórias mais reais e políticas, que refletem o Brasil atual. E tem enfoque grande no corpo, o nu como presença política — opina a atriz Lara Matos, da cia catarinense Experiência Subterrânea. O grupo de Florianópolis estreia no festival com a montagem Women¿s.

A arte do circo
Em 2017, o Palco Giratório também abre espaço para a arte do circo e a primeira semana tem programação voltada a essa linguagem. Entre os destaques, está o intercâmbio entre os paulistas da trupe Parlapatães com os manezinhos do grupo Dalecirco.

E para celebrar os 20 anos, o festival homenageia aos gaúchos da Tribo de Atuadores Oi Nóis Aqui Traveiz, que estreia Caliban – A Tempestade de Augusto Boal no encerramento, no dia 31, na Praça Tancredo Neves, no Centro. A montagem é em comemoração aos 39 anos do coletivo, um dos mais relevantes do país.
A programação inclui, além das apresentações, oficinas, aulas e seminário.

AGENDE-SE
O quê: abertura do Palco Giratório 2017: Os Mequetre, do grupo Parlapatões
Quando: hoje, às 20h
Onde: Teatro Ademir Rosa, no CIC (Av. Irineu Bornhausen, 5.600, Agronômica, Florianópolis)
Quanto: gratuito
Programação completa no site do Palco Giratório

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