O milho compõe cerca de 75% da ração que alimenta aves e suínos, segundo pesquisador da Epagri Alberto Hofs. O cereal tem duas finalidades: para grão, vai para porcos e aves, e para silagem alimenta gado.
Santa Catarina é o maior consumidor do milho no país e precisa importar metade do que consome – a maior parte do Centro Oeste e do Paraguai. Mesmo com mercado certo, os produtores daqui acabam abrindo mão do milho pela soja.
Para os agricultores, há um risco maior, já que a cultura é mais sujeito a intempéries que a soja. Por isso, a cada ano, cinco mil hectares de cultivo de milho, em média, deixavam de existir para dar espaço para a soja, diz a Epagri.
Na tentativa de frear esse movimento, o governo estadual lançou um programa em maio de 2016 para estimular o cultivo do cereal. O pacote envolveu subsídios e garantia de preço mínimo de compra, numa tentativa de deixar o milho mais atrativo. Em 2017, a área plantada para grão teve o primeiro aumento em uma década. O clima ajudou e a produtividade cresceu. O produtor Wilson Locatelli, por exemplo, colheu 150 sacas por hectare em 2016, e 180 neste ano.
Mas a safra boa só fez crescer a preocupação com a Carne Fraca. O temor é que os preços despenquem e sobre milho. Há cooperativas recomendando que o produtor não colha de imediato o que está no campo e aguarde para ver como a agroindústria vai reagir.
ENSAIO DE FOTOS: Carne Fraca no NóS #38
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