O Palácio do Planalto atua com força para barrar a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) na Câmara dos Deputados. Uma das medidas é substituir parlamentares que votarão contra o presidente na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. Foi o que aconteceu na tarde desta terça-feira com o catarinense Jorginho Mello (PR), retirado pelo partido para dar lugar ao governista Edson Moreira, de Minas Gerais. A substituição já tinha ocorrido também quando a primeira denúncia chegou à CCJ.
— Isso é o calvário, é o preço da posição clara, que informei de forma respeitosa ao PR, de que voto pelo prosseguimento de qualquer denúncia, de qualquer autoridade. Não interessa se é vereador, deputado, presidente, eu voto a favor. Por ter essa posição, o partido explicou que precisa ajudar o governo na CCJ, e eu não faço isso — diz o deputado.
Mello também afirma não ter receio de represálias por mais uma vez declarar voto contra Temer, mas, de qualquer forma, argumenta que o mais importante é manter a coerência nas decisões:
— Não estou preocupado com represálias, estou preocupado em fazer direito, fazer o que as pessoas esperam de mim.
Para barrar esta segunda denúncia, Temer se reuniu com 40 deputados de todas as legendas que integram a base do governo nesta terça-feira. O presidente reforçou as críticas ao antigo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
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