A prefeitura de Balneário Camboriú decretou luto oficial pela morte do empresário Rogério Rosa, encontrado morto em seu apartamento na manhã de domingo. O homem, que completaria 60 anos nesta segunda-feira, era presidente do Grupo Embraed Empreendimentos.
O luto oficial de três dias foi decretado pelo prefeito Edson Piriquito em razão da trajetória do empresário na cidade. De acordo com a nota de pesar, Rogério Rosa "contribuiu expressivamente para o desenvolvimento no setor da construção civil nos últimos 30 anos".
A morte do empresário está sendo investigada pela Polícia Civil. Por enquanto, segundo o delegado Osnei de Oliveira, tudo indica suicídio. No entanto, novas testemunhas devem ser ouvidas nesta semana para esclarecer os fatos.
A polícia deve ouvir nesta segunda-feira uma pessoa próxima do empresário, que teria sido uma das primeiras a chegar ao apartamento dele. Uma jovem que estava na casa do empreário e teria ouvido o barulho do tiro prestou depoimento ainda no domingo.
A perícia realizou exame residográfico nas mãos da jovem e do morto para identificar a presença de pólvora. No corpo também foram coletadas amostras para identificar se Rogério Rosa havia consumido alguma substância entorpecente.
Imagens das câmeras de monitoramento do prédio mostram Rogério e a jovem, que seria uma amiga, chegando ao local na noite de sábado. A polícia, porém, não divulgou a filmagem.
Império construído com pulso firme e ousadia
Nascido pobre, Rogério Rosa fez de pipas a X-saladas antes de apostar na construção civil. Enxergou cedo o potencial de Balneário Camboriú para atrair o mercado de luxo e, em 30 anos, construiu um império marcado por um jeito muito seu. Além de acompanhar de perto cada uma de suas obras, era síndico de 15 dos edifícios que ergueu.
Em agosto, Rogério virou notícia ao inaugurar o maior edifício residencial do país. Na época, revelou alguns dos muitos planos que tinha para o futuro — entre eles, o de construir um arranha-céu ainda maior e o de recriar o resort Infinity Blue, que pertence à Embraed. Ocupado, o empresário quase não tinha tempo para entrevistas. Quando as concedia, mostrava uma postura segura e não escondia o orgulho que tinha de sua história de vida.
Numa das últimas conversas com O Sol Diário, revelou que já havia recusado convites para construir em Miami e em Dubai. A família afirma que, profissionalmente, Rogério vivia seu melhor momento. Em entrevista ao jornal Gazeta do Povo, publicada domingo, revelou que vinha vendendo em média um apartamento por dia, por preços que variam de R$ 2,5 milhões a R$ 5 milhões.
A empresa informou, por meio da assessoria de imprensa, que todos os projetos de Rogério serão mantidos, assim como o legado de luxo. Até domingo, o nome do sucessor do empresário no Grupo Embraed ainda não havia sido divulgado. Dos quatro filhos, um deles, Tatiana Rosa Cechinel, é diretora da Embraed Home, um dos braços do grupo, voltado à decoração de ambientes.
O corpo do empresário foi sepultado no domingo no cemitério Parque dos Crisântemos, em Itajaí. Ele deixou quatro filhos.