O ato de filmar uma execução para mostrar força na guerra do tráfico e causar terror em redes sociais desafia a polícia a identificar e prender criminosos autores de mais uma barbárie contra a vida em Florianópolis. Três vídeos gravados em um celular estão nas mãos de policiais civis e militares. As cenas chocantes e revoltantes que se espalharam nesta terça-feira mostram um jovem sendo executado a tiros por ao menos quatro pessoas. A maioria delas aparenta ser adolescente.
O bando age com uma espingarda calibre 12 e um facão. Aparece espancando a vítima ao mesmo tempo em que faz alusão a uma facção criminosa de São Paulo que atua em Santa Catarina. O palco da execução é a comunidade Papaquara, no norte da Ilha, lugar em que outros dois jovens foram torturados e queimados com pneus e madeira este ano.
Policiais afirmam que a motivação é a disputa entre a facção paulista e a catarinense. A crueldade revela que mesmo com as constantes operações e prisões o crime organizado continua estabelecido com força no norte da Ilha. Em Palhoça, na Frei Damião, pela manhã, a polícia encontrou o corpo de um homem decapitado, em outro crime bárbaro na região. Utilizar adolescentes no crime, provocar terror em execuções e disseminar o medo estão entre as armas utilizadas pela facção paulista no Estado.
Cenas assim aconteceram em Joinville, onde houve resposta policial com a identificação e prisão dos envolvidos. Se há mesmo adolescentes envolvidos resta à polícia identificá-los e o Judiciário determinar medidas socioeducativas com o devido rigor previsto em lei. Enquanto isso, a descrença sobre a ressocialização é geral no meio policial.
Além disso, o governo do Estado segue sem anunciar um plano macro com políticas públicas nas comunidades conflagradas conhecidas agora como terra sem lei da bandidagem que executa, filma e aterroriza sem piedade e freio.
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